domingo, 8 de agosto de 2010

Virou macumba!



Renato Vargens

O comportamento de algumas das igrejas chamadas evangélicas, cada vez mais se aproxima dos rituais espíritas. Óleo ungido para arrumar namorado, reteté de Jeová, sal grosso para espantar mal olhado, terapia do amor que trás a pessoa amada em sete dias, videntes espirituais, balas consagradas para “abençoar” crianças, culto do descarrego, despacho gospel, garrafada do tempo dos apóstolos, unção com óleo de objetos inanimados, quebra das maldições hereditárias, encostos, atos proféticos e muito mais.

Pois é, do jeito que a coisa anda daqui a pouco ouviremos em nossos cultos expressões como “Eparrei Jeová” ou "em nome de missifio". Ora, vamos combinar uma coisa? Infelizmente algumas das liturgias evangélicas estão tão miscigenadas que um desavisado qualquer ao entrar em um de seus cultos pode pensar que entrou no centro de macumba. Ouso afirmar que o sistema comportamental e doutrinário do neopentecostalismo brasileiro se deve em parte ao famigerado sincretismo religioso. O que nos leva a entender que mais do que nunca, precisamos em nosso país resgatar os valores da Reforma Protestante, retornando a Bíblia, fazendo dela a nossa única regra de fé.

Isto posto, afirmo categoricamente que em hipótese alguma experiências mágicas esquizofrênicas, como supertições inequívocas e burrificadas devem nortear o comportamento de nossas igrejas, até porque, somos e fomos chamados pelo Senhor a vivermos um cristianismo equilibrado, racional, apaixonante e apaixonado por aquele que por sua infinita graça e misericórdia nos salvou.

Como inúmeras vezes afirmei neste blog, confesso que estou absolutamente perplexo e preocupado com os rumos da igreja evangélica. Chego a conclusão de que mais do que nunca a igreja brasileira precisa URGENTEMENTE de uma nova reforma.

Pois é, como costumava dizer o reformador João Calvino o verdadeiro conhecimento de Deus está na bíblia, e de que ela é o escudo que nos protege do erro. Em tempos difíceis como o nosso, precisamos regressar à Palavra de Deus, fazendo dela nossa única regra de fé, prática e comportamento.

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Fonte: Renato Vargens é pastor da Igreja Cristã da Aliança em Niterói, conferencista e escritor.


terça-feira, 3 de agosto de 2010

E-mail para o Apostolo Paulo

Amado apóstolo:

Estou escrevendo para colocá-lo a par da situação do Evangelho que um dia você ajudou a propagar para nós gentios, e que lhe custou a própria vida. As coisas estão muito difíceis por aqui. Quase tudo o que você escreveu foi esquecido ou deturpado.

Você foi bastante claro ao despedir-se dos irmãos em Éfeso, alertando que depois de sua partida lobos vorazes penetrariam em meio à igreja, e não poupariam o rebanho [1]. Palavras de fato inspiradas, pois isso se concretiza a cada dia.

Lembra-se que você escreveu ao jovem Timóteo, que o amor ao dinheiro era a "raiz de todos os males"[2]? Quero que saiba que suas palavras foram invertidas, e agora se prega que o dinheiro é a "solução" de todos os males.

Também é com tristeza que lhe digo que em nossa época ninguém mais quer ser chamado de pastor, missionário ou evangelista, pois isso é por demais humilde: um bom número almeja levar o título de apóstolo. Sei que em seu tempo, os apóstolos eram "fracos... desprezíveis... espetáculo para os homens... loucos... sem morada certa... injuriados... lixo e escória" [3]. Agora é bem diferente. Trata-se de uma honraria muito grande: acercam-se de serviçais que lhes admiram, quando viajam exigem as melhores hospedarias e são recebidos nos palácios pelos governantes.

Eles não costumam pregar seus textos, pois você fala muito da "Graça" e da "liberdade que temos em Cristo" [4]. Isso não soa bem hoje, pois a Igreja voltou à "teologia da retribuição" da Antiga Aliança (só recebe quem merece), e liberdade é a última coisa que os pastores querem pregar à suas ovelhas.

Você não é bem visto por aqui, pois sempre foi muito humano, sem jamais esconder suas fraquezas: chegou até reconhecer contradições internas, dizendo que não faz o bem que prefere, mas o mal, esse faz [5]. Eles não gostam disso, pois sempre se apresentam inabaláveis e sem espinhos na carne como você. A presença deles é forte, a sua fraca [6], eles são saudáveis, você sofria de alguma coisa nos olhos [7], eles jamais recomendariam a um irmão tomar remédio, como você fez com Timóteo [8], mas aqui eles oram e determinam a cura – coisa que você nunca fez.

Você dizia que por amor de Cristo perdeu "todas as cousas" considerando-as refugo [9]. As coisas mudaram, irmão. Agora cantamos: "Restitui, quero de volta o que é meu!".

Vivo em uma cidade que recebeu o seu nome, e aqui há um apóstolo que após as pregações distribui lencinhos vermelhos encharcados de suor, e as pessoas levam pra casa, como fizeram em Éfeso, imaginando que afastarão enfermidades [10]. Sim, eu sei que você nunca ordenou isso, nem colocou como doutrina para a igreja nas epístolas, mas sabe como é o povo....

Admiro sua coragem por ter expulsado um "espírito adivinhador" daquela jovem [11], embora isso tenha lhe custado a prisão e açoites. Você não se deixou enganar só porque ela acertava o prognóstico. Hoje há uma profusão de pitonisas e prognosticadores no meio do povo de Deus, todavia esses espíritos não são mais expulsos, ao contrário, nos reunimos ansiosos para ouvir o que eles têm a dizer para nós.

Gostaria de ter conhecido os irmãos bereanos que você elogiou. Infelizmente, quase não existem mais igrejas como as de Beréia, que recebam a palavra com avidez e examinem as Escrituras "todos os dias para ver se as coisas são de fato assim"[12].

Tem hora que a gente desanima e se sente fragilizado como Timóteo, o seu companheiro de lutas. Mas que coisa bonita foi quando você o reanimou insistindo para que reavivasse "o dom de Deus" que havia nele [13]. Estou lhe confessando isso, pois atualmente 90% dos pregadores oferecem uma "nova unção" para quem fraqueja. Amo esta sua exortação, pois você ensina que dentro de nós já existe o poder do Espírito, dado de uma vez por todas, e não precisamos buscar nada fora ou nada novo!

Nossos cultos não são mais como em sua época, onde a igreja se reunia na casa de um irmão, havia comunhão, orações, e a palavra explanada era o prato principal.... as coisas mudaram: culto agora é como fosse um show, a fumaça não é mais da nuvem gloriosa da presença de Deus, mas do gelo seco, e a palavra é só para ensinar como conseguir mais coisas do céu.

O Espírito lhe revelou que nos últimos tempos alguns apostatariam da fé "por obedecerem a espíritos enganadores" [14]. Essa profecia já está se cumprindo cabalmente, e creio que de forma irreversível.

Amado apóstolo, sinto ter lhe incomodado em seu merecido descanso eternal, mas eu precisava desabafar. Um dia estaremos todos juntos reunidos com a verdadeira Igreja de Cristo.
Que Deus tenha misericórdia de nós.
paz de Cristo à todos


[1] At 20.23
[2] 1Tm 6.10
[3] 1Co 4.-9-13
[4] Gl 2.4
[5] Rm 7.19
[6] 2Co 10.10
[7] Gl 4.13-15
[8] 1Tm 5.23
[9] Fp 3.8
[10] At 19.12
[11] At 17.18
[12] At 17.11
[13] 2Tm 1.6
[14] 1Tm 4.1

Contribuição de Bianca Nunes

Aniversariantes do Mês de Agosto

Célia Cristina Viana de Avila – 04/08

Willian Bettencourt – 04/08

Patrícia Lima de Freitas – 13/08

André Luiz Pribul Loureiro – 15/08

Vanessa Rocha dos Santos – 24/08

Katia Gomes Pericles Faria – 26/08


'Ele não era má pessoa', diz brasileira que evitou roubo falando de Jesus

Nayara Gonçalves, de 20 anos, nunca tinha sido assaltada.

Ela diz que ficou chateada ao saber que assaltante foi pego em outro roubo.

Giovana Sanchez Do G1, em São Paulo

Nayara Gonçalves, em foto de arquivo
Nayara Gonçalves, em foto de arquivo
(Foto: Arquivo pessoal)

Apenas quatro minutos depois de abrir a loja de celulares em que trabalha em Pompano Beach, na sexta-feira retrasada (23), a mineira Nayara Gonçaves viu um homem entrar todo vestido de preto. Ela percebeu que havia algo estranho, mas não conseguiu fechar a porta a tempo. Ele se aproximou do balcão, perguntou preços de aparelhos e logo mostrou uma arma, anunciando um assalto. Ao invés de entregar de cara tudo o que tinha no caixa, Nayara decidiu conversar com o homem, e acabou convencendo ele a desistir do roubo.

"Percebi que ele não era má pessoa. [...] Ele disse que odiava ter que fazer aquilo, mas que precisava de todo o dinheiro que tinha no caixa. Eu disse: 'antes de fazer qualquer coisa eu quero te falar um pouco de Jesus'. Comecei a dizer que era evangélica e que esse não era o caminho certo. Ele ouviu, não apontou mais a arma pra mim e falou que precisava de US$ 300 para não ser despejado do apartamento em que morava", disse a brasileira de 20 anos em entrevista ao G1, por telefone.

O assaltante, depois identificado como Israel Camacho, de 37 anos, disse que Nayara estava certa e que não queria machucá-la. Ela ofereceu ajuda para ele arrumar um emprego, e ele disse que já tinha um trabalho, mas precisava do dinheiro imediatamente. "Jesus pode mudar a sua vida", ela disse. Já a caminho da porta, o assaltante olhou para a brasileira e mostrou a arma falando: "quer saber de uma coisa? Isso nem é de verdade, é uma arma de brinquedo."

nayara
Cena gravada pelas cãmeras de segurança da loja
(Foto: Reprodução/TV Globo)

Nayara nunca foi assaltada antes. Nascida em Mantena (MG), ela mora com a família nos EUA há cinco anos e é gerente da loja. "Fiquei muito nervosa, porque não sabia qual seria a reação dele. Meu chefe quando viu as imagens das câmeras de segurança disse que eu era louca, que devia ter entregado o dinheiro. A policial da delegacia me falou que nunca tinha visto algo assim."

A fala da brasileira pode ter poupado um assalto à loja em que trabalha, mas não impediu que o assaltante voltasse a roubar. Camacho foi preso no mesmo dia, após invadir uma loja de sapatos poucas horas depois da tentativa frustrada de levar dinheiro do estabelecimento onde Nayara trabalha. "Fiquei muito chateada quando soube. Achei que ele realmente tinha se arrependido, que eu tinha plantado uma semente em seu coração. Mas acho que agora ele vai repensar e ainda pode fazer um compromisso com Deus."